Feeds:
Posts
Comentários

Cola Bora Ação!

O CES está precisando de uma bela faxina e uma boa pintura!
Venha participar do nosso mutirão dia 13 de julho as 9 horas!
O trabalho coletivo também é ação direta!
Compartilhem!!!

Curso: Como Funciona a Sociedade 1

Mais uma vez o CES traz para Santos a grade cursos do Núcleo de Educação Popular 13 de Maio!
O curso será nos dias 20 e 21 de julho, das 9 as 18 horas, aqui no CES!

Não fique de fora! Quem sabe mais luta melhor!
Inscrições pelo e-mail: contatoces@gmail.com
Taxa: 15 reais VAGAS LIMITADAS

O CENTRO DOS ESTUDANTES DE SANTOS INFORMA:

Para garantir a transparência publicamos nosso faturamento do mês de Junho!
Continue Participando dos nossos eventos! Todo dinheiro arrecadado será empregado na revitalização da nossa sede.

Noite do Vinil

Noite do Vinil

NOITE DO VINIL DIA 28/06 A PARTIR DAS 21:00 Hs
LOCAL: C.E.S. ANA COSTA 308
ESPECIAL: LEGIÃO URBANA
BANDA CONVIDADA PARA O LIVE P.A.
OMMAR & CHIAPAS LIVRE
DJ´S: RAMON FARIAS & MARCELO FERRARI
ORGANIZAÇÃO C.E.S. & COLABORADORES (TODOS NOS…EU ,VOCÊ, ELE,ELA ETC)
QUEM PUDER COLABORAR COM R$2,00 SERÁ BEM VINDO E QUEM NÃO PUDER SERÁ BEM VINDO DO MESMO JEITO.

lobo-e-o-cordeiro

” Há homens que lutam um dia e são bons,

 há outros que lutam um ano e são melhores,

há os que lutam muitos anos e são muito bons.

Mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis”

(Bertold Brecht)

 

O cenário nacional de lutas tem se mostrado efêmero e muito dinâmico e no mínimo inusitado,  iniciado como uma legítima manifestação das inquietações populares, estes atos logo assumiram contornos nacionalistas e ufanistas.

O que terá acontecido?

Como isso se deu?

O que move os setores de direita, pela primeira vez na vanguarda das marchas?

O governo de Dilma Russef, muito embora seja claramente um governo que preza e zela pelos interesses do capital, tem como base a aliança entre patrões e trabalhadores, ou seja o pacto social. Para construção deste pacto que permite retirada de direitos em prol do capital, sem enfrentamentos de classe, este governo aposta todas as suas fichas na cooptação dos trabalhadores através de políticas sociais compensatórias.

O FMI e os governos das grandes potencias, exigem, como medidas de saída da ultima crise e como medidas de prevenção da nova crise mundial, que se anuncia para o decorrer dos próximos dois anos, que vários países adotem políticas de austeridade fiscal e econômica, como forma de fazer gordas  reservas para socorrer bancos e empresas, que tiveram suas taxas de lucro reduzidas pelo refreamento da economia mundial e iram sofrer com a próxima crise mundial.

Não é segredo que Dilma destoa de Agela Merkel (premier da Alemanha , que é hoje o paós mais rico e forte da Europa), pois se a Alemanha aposta todas as suas fixas nos cortes drásticos e na política de austeridade ao melhor estilo neo-liberal (Hayek na veia) Dilma e o PT tem sua base social e garantia eleitoral para 2014, em seus programas sociais (ainda que rebaixados, para a sua execução depende de uma certa medida de Kaynesianismo ), aceitar as “recomendações” econômicas estrangeiras, levaria o projeto petista, que parece estar em seu inicio, para o buraco. Pois ao adotar tal politica, o drástico corte de direitos e salários aliado a suspensão de quase a totalidade de suas politicas compensatórias, perderia de fato toda a sua representatividade e o Brasil seria levado para uma situação próxima a da Argentina em 2001 e 2002 (Argentinazo), comparada a isso as manifestações que assistimos hoje poderiam ser chamadas de “micaretas”, e neste cenário de certo o PT perderia as próximas eleições, interrompendo assim seu projeto social democrata (Hebert Rechers).

Como o PT não parece nem um pouco disposto a faze-lo, e tem como o seu vice Michael Temer do PMDB (o histórico partido do amigo do Rei), este parece ser o “homem certo” para a execução dos ditames nacionais e  internacionais, do bom e velho capital, por sua falta de projeto próprio e uma clara predileção pela burguesia, que não inclui conspeções a pobreza.

Isto posto, torna-se possível entender o movimento da direita, moderada e radical, que rapidamente foi as ruas reclamar a direção do movimento, com suas posições características, falando em nome do “povo” e segregando os pobres e a periferia, negando a existência de classes sociais, defendendo o anti-partidarismo, escondendo que todos eles tem partido, e assim tentando descredenciar os históricos partidos e movimentos sociais que estão “na rua” desde sempre neste país.

Assim tentam apresentar seus interesses particulares de classe dominante, como interesse geral da nação (“sem classes”).

A exemplo, as manifestações na cidade de Santos teen em suas fileiras, como alguns de seus maiores incentivadores, os candidatos do PP de Paulo Maluf, do PSDB de Alkimim e do prefeito da cidade Paulo Barbosa, do PMN, assim como a juventude maçônica e de quebra os sindicatos da Forca sindical do PDT de Paulinho da Forca. Isso sem falar dos nazistas e integralistas que saem da moita nestes momentos, com seu discurso de unidade ainda que a força.

Todos dotados de seus discursos vazios, de “contra a corrupção”, que esta em vigor a mais de 500 anos;

Em “defesa da pátria”, que salvo engano não esta sofrendo nenhuma invasão;

“Contra os partidos”, transformam o caráter não partidário em anti-partidario, pois sabem que quem manifesta suas bandeiras partidárias fora das eleições são apenas os partidos de esquerda, que primam pela filiação e não apenas pelo voto;

Ou seja um movimento segregacionista e de frases vazias, um discurso moralista de direita, que deixa claro “Queremos mudar, para que nada mude”.

Assim, seguem neste momento utilizando os estudantes, a juventude de classe media e mesmo alguns trabalhadores como massa de manobra de seus interesses.

De que tenta legitimar um impichman ou algum tipo de golpe institucional a paraguaia, vale lembrar que a nova embaixadora dos EUA no Brasil, é a ex embaixadora dos EUA no Paraguai e que deu uma mãozinha na queda do moderado Fernando Lugo.

No mais, quem a muitos anos esta “na rua” fazendo lutas, mesmo quando estas não estão na moda, e sabe que a toda a grande mídia silencia sobre nossas marchas e quando não pode silenciar mediante sua proporção, fala mal sobre elas. ‘E no mínimo surpreendente ouvir toda a imprensa brasileira elogiando as marchas e nos incentivando a ir pra rua. Para quem passou grande parte da vida “na rua”, contra o capital e seu Estado, quando a Rede Globo manda ir pra rua, talvez seja hora de ir para casa.

Assim a classe média brasileira, a serviço do capital (do qual todo pequeno burguês sonha ser membro titular) segue incentivando os protestos de desestabilização de um governo pelego, por um governo essencialmente de direita.

Estes filhos da “pátria”, uma vez que temem o “bicho papão”, o “boi da cara preta” e ate mesmo moderadíssimo Partido dos Trabalhadores. E não aceitam nenhuma mudança por mais rebaixada que esta seja, com seu ideário nacionalista burguês, tentam mais uma vez  “mudar para que nada mude”.

O lobo,  veste-se de cordeiro e o rebanho  de cordeiros segue suas orientações inocentemente, pois pensa, todos somos um só e com os mesmos interesses.

Não seja massa de manobra dos interesses da direita, que pretende um golpe, seja este civil ou militar.

Viva a luta dos trabalhadores, que não  nasceu ontem e não morrerá amanhã!!!

 

ass  Maiakoviski

Imagem

O Texto abaixo faz parte da Crítica Semanal de Economia do  Núcleo de Educação Popular 13 de maio e é escrito pelo economista José Martins.

Recomendamos a leitura.

No fim da tarde da chuvosa e fria sexta-feira do inverno brasileiro, um dia depois das maiores manifestações populares da história do país, os protestos ainda continuavam muito fortes em todas as regiões. Como um raio no céu azul e democrático da quinta economia do mundo. De que vale um Produto Interno Bruto (PIB) muito grande, crédito da Caixa sem limites, e uma pobreza maior ainda? Um grande mistério da globalização do capital nos últimos anos nas grandes e pequenas economias do mundo: quanto maior o PIB, maior a pobreza da população. E as tensões sociais aumentam junto.

AS VOZES DAS RUAS – A harmonia da Escola não bate com o ritmo das ruas. O luxo nos carros alegóricos não esconde a pobreza extrema dos milhões de passistas. Ideias fantasiosas, e algumas aburguesadamente idiotas, como “economia emergente”, “quinto PIB do mundo”, “fim da pobreza extrema”, “país rico é país sem pobreza”, “um país de classe média” e tantas outras bobagens, desmancham nos protestos nas ruas. Nem a “bolsa-família” salvará mais as fantasias! Quem quiser entender a razão e objetivo dessas manifestações – decifrar essas vozes desconexas que entopem de vida as avenidas e recuperam para si a cidade alienada do capital – deve primeiro ouvir isso que elas estão dizendo: o país é pobre, muito pobre, mais pobre do que dez ou cinquenta anos atrás. Dá para concordar? Em nossos boletins mais recentes deste ano (a partir dos problemas colocados no boletim “Economia do Crioulo Doido”) procuramos demonstrar essa realidade das grandes “economias emergentes”; mas a erupção das manifestações dos últimos dias foi mil vezes mais didática e convincente que todos esses nossos boletins: “cinza é a teoria, verde é a árvore da vida.” (Goethe)

O homem subterrâneo irrompe na avenida e anuncia o buraco negro da política. Não haverá mais a política e a governabilidade burguesa que pareciam tão sólidas até poucos dias atrás. Pode-se abafar temporariamente as revoltas atuais, é muito natural, mas será muito difícil voltar a fazer funcionar, como até uma semana atrás, a mesma lengalenga das eleições viciadas, das votações fajutas e representações inoperantes de uma democracia corroída pela realidade social. Doravante, com novas e imprevisíveis formas de manifestações da população que virão, a política serpenteará em direção a extremos também totalmente imprevisíveis, criando um quadro de insustentável governabilidade burguesa e imperialista. A política das ruas deve substituir a política tradicional.

AS VOZES DOS CAPITALISTAS – os capitalistas já se movimentam para conservar a governabilidade dos mortos. As pressões das classes dominantes 1 para a mudança da política econômica e, posteriormente, a ordem política atual, aumentaram mais que nunca nesta semana. Eles veem a situação econômica nacional com enorme preocupação. Dizem que a indústria sofre com um cenário particularmente difícil, pressionada pelo aumento nos custos de produção (leia-se salários) e pela taxa de lucro reduzida. Dizem que o país vive uma situação de pleno emprego e excesso de consumo. Os trabalhadores podem achar isso muito bom, mas eles acham isso extremamente perigoso, pois as empresas, para manter os seus funcionários, pagam salários maiores; esse custo adicional, usando suas palavras, acaba fatalmente (sic) sendo repassado para os preços, elevando a inflação e desvalorização do real frente ao dólar. Isso acontece porque o governo pratica uma “política expansionista”: quanto mais estímulos de crédito (leia-se baixa taxa de juros) o governo concede para estimular o consumo, menor será o desemprego, maiores serão os salários e menores serão os lucros. Com os lucros em queda, os investimentos não avançam, a economia não cresce, e assim por diante. Só não dizem por que esse fatalismo dos capitalistas não aceitarem nem uma minúscula redução da taxa de lucro, correspondente aos minúsculos reajustes dos salários. E não aceitarem, muito menos, uma redução da taxa de juros, medida salutar nas contas públicas, dado que mais da metade dos gastos da União é com despesas financeiras, pagamento de juros que incidem sobre a dívida pública. Existe melhor maneira de reduzir os gastos públicos do que reduzir a taxa básica de juros? Eles dizem que isso aumenta diretamente a inflação. Conversa mole. A inflação aumenta porque os capitalistas não mantem inalterados os preços nem com um minúsculo reajuste salarial.

Além do mais, já observamos. em boletins anteriores que esse diagnóstico dos capitalistas é completamente errado. Não existe pressões inflacionárias (em 2010 a inflação anual foi maior que a atual e ninguém disse que havia um grande descontrole), nem existe nenhuma desvalorização cambial descontrolada. Também não existe diminuição significativa da produção industrial; ao contrário, nos últimos meses a produção voltou a crescer, mesmo que discretamente, como ocorre com as demais economias dominadas dos BRICs.
Mas essa é uma observação puramente técnica. No mundo real da economia política, isso pode ser de menos importância, dependendo da situação do ciclo econômico. Assim, na avaliação dos capitalistas, o país vive uma situação de crise econômica devido aos altos salários e a política expansionista de baixas taxas de juros. A solução? Deve-se implantar urgentemente uma política de austeridade fiscal, com cortes radicais nos gastos públicos nas áreas da saúde, educação, moradia, aposentadoria, salários dos servidores públicos e outros serviços públicos de atendimento direto à população. Dizem que isso é necessário e, com a orientação econômica atual não há nenhum sinal que isso será revertido. Com os desdobramentos políticos nos próximos dias em Brasília, as principais classes dominantes: a poderosa burguesia industrial da Federação da Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), que reúne tanto as grandes indústrias de capital nacional, quanto das empresas imperialistas globais; a burguesia financeira da Federação Brasileira de Bancos (Febraban); os proprietários fundiários e rentistas do agronegócio da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA); e outras frações menos poderosas com a posição da Presidenta severamente abalada, pode-se prever com certa segurança que a cabeça de Mantega será finalmente decepada e oferecida aos deuses capitalistas para acalmar o mercado e dar um folego de conclusão de mandato para a trôpega burocrata-presidente.

BURGUESIA ORGANIZADA – Porque as classes dominantes querem essa mudança aparentemente irracional da política econômica? Não se pode negar, que as classes dominantes, como ensinava Lenin, têm uma enorme capacidade de organização e de estratégia política (e militar): sabem exatamente qual o objetivo que querem alcançar e com quais meios podem contar para alcançá-lo. E sabem se antecipar aos fatos que ainda não se manifestaram na ordem do dia. Quanto ao novo choque econômico global que ocorrerá no decorrer dos próximos dois, a burguesia cucaracha brasileira é informada pelos centros de inteligência imperialistas de Washington, Frankfurt e Tóquio, que a trolha do próximo choque global será muito grande. E que devem reforçar suas trincheiras econômicas, políticas e geopolíticas para significativas batalhas de classes. As vozes atuais das ruas mais que confirmam no Brasil esse cenário.

É verdade que a política econômica anticíclica de Mantega, ministro da Fazenda, garantiria a economia nesta marcha lenta por mais um ou dois anos, até a chegada do próximo choque global. É feita de maneira inteligente para o curto-prazo. Mas os capitalistas veem desde agora uma fragilização da capacidade fiscal do governo, na medida em que as gigantescas desonerações fiscais dos últimos dois anos e a redução da lucratividade das empresas impactam fortemente na capacidade de arrecadação da União. E presenciam com muita preocupação a deterioração financeira de grandes empresas como Petrobras, Vale do Rio Doce e outras mequetrefes como as empresas de Eike Batista, etc. A bolsa não para de cair. Tem muita coisa graúda que já começa a apodrecer. Por isso, o remédio de começar imediatamente a aplicar o remédio: reduzir os gastos correntes para compensar a redução do lado das receitas. Pelo lado do Banco Central, apertar a política monetária: aumentar os juros, reduzir o crédito e começar a salvar os bancos e outras empresas que certamente sofrerão abalos fundamentais com a mudança da política econômica. A dose desse remédio vai depender da luta de classes e da capacidade militar do governo controlar as ruas.

O paciente deve ser encaminhado para a cirurgia sem mais demora. Na prática, procuram assim antecipar os acontecimentos e garantir a estabilidade política do Estado, a governabilidade e seus lucros, rendimentos e outras rendas da propriedade privada. Mas “antecipar os acontecimentos” não quer dizer que a tarefa será fácil. Muito pelo contrário, é extremamente insegura e perigosa, como já começamos a observar. Essa estratégia de cortar gastos correntes do governo, elevar a taxa básica de juros, e desvalorizar gradualmente o real, terá duas consequências instantâneas. A primeira seria interromper as politicas atuais anticíclicas de contenção da economia e levá-la para uma perigosa desaceleração da produção. A situação mundial não permite barbeiragens neste momento. O Brasil poderia, assim, protagonizar o papel de anunciar com alguns trimestres de antecedência o próximo grande choque global. Analisaremos posteriormente outras possíveis consequências dessa aventura da burguesia brasileira sobre o mercado mundial, particularmente China, Argentina, e restante da América do Sul. O peso do Brasil no mercado mundial anote-se, é muitas vezes maior que pequenas economias europeias como Portugal, Grécia e Espanha somadas.

A segunda consequência dessa desesperada (e necessária) movimentação do capital, será o agravamento ainda maior das causas econômicas que estão na origem das grandes manifestações das ruas nas últimas semanas. A tensão social vai atingir uma temperatura máxima, alguma coisa parecida com o que aconteceu na Argentina, no decorrer da crise periódica de 2000 e 2001. Quer dizer, os ataques aos salários diretos e indiretos de todos os trabalhadores no Brasil serão devastadores. Quanto aos salários indiretos, que se referem exatamente aos subsídios aos serviços de transporte urbano, saúde, moradia, educação, etc. serão os mais atingidos. Deve-se esperar também redução generalizada de salários diretos (o que vem no holerite no fim do mês) tanto para os trabalhadores do setor público quanto do setor privado. Não se deve esquecer que, pelo diagnóstico da doença observado acima, os dois problemas de base são os supostos pleno emprego e elevados salários dos trabalhadores. O remédio é indicado é um fortissimo redutor de emprego e de salários. Nos planos de austeridade aplicados a um bom tempo em Portugal, Espanha, Grécia, Itália, etc., está ocorrendo exatamente todas essas coisas. Na Espanha, a taxa de desemprego já atinge mais de 25% da população e mais de 50% dos trabalhadores jovens (entre 16 e 25 anos).

Como eles estão se organizando para essa carnificina? Nas próprias manifestações isso já pode ser verificado, com os “defensores da pátria” gritando por “não violência” e os “filhos da revolução” respondendo por “não burguesia”. Os pacíficos “defensores da pátria” atacando e expulsando das manifestações os vândalos “filhos da revolução”. Neste momento em que encerramos este boletim recebemos seguidas mensagens de companheiros em várias partes do Brasil que relatam ataques sanguinários da polícia burguesa e bandas fascistas de dentro das manifestações contra manifestantes revolucionários que ocupam as ruas para protestar contra esse Estado podre até as raízes. É para novos e inevitáveis ataques militares contra os filhos da revolução que os pais e os filhos defensores da pátria já estão preparando um renovado Estado totalitário – não confundir com ditadura militar, fórmula ineficiente às necessidades atuais – para conservar, na aproximação de uma nova crise periódica capitalista global, essas excrescências históricas como propriedade privada, mercado, moeda, salário, capital e Estado.

No próximo boletim observaremos com mais detalhes a forma concreta de governo que eles já estão procurando organizar para a execução dessas campanhas sanguinárias de conservação da propriedade capitalista e do poder da burguesia. Apenas uma antecipação do assunto: o ex-presidente Luiz Ignácio da Silva se reuniu nesta sexta-feira com Henrique Meireles, representante da fração bancária da burguesia, para discutir as mudanças na política econômica. O Guido Mantega só aguarda o telefona do seu chefe para começar a limpar as gavetas da sua mesa no ministério da Fazenda. E a atual presidenta também, para ser reconfortada pelo chefe com a promessa solene que ele fará tudo para que ela pelo menos termine seu atual mandato.

 

 

Para receber semanalmente em seu email análises econômicas como esta que você acabou de ler, assine e divulgue o boletim CRÍTICA SEMANAL DA ECONOMIA, do 13 de Maio, Núcleo de Educação Popular, S.Paulo.
Em 2013, estamos completando 27 ANOS DE VIDA.
Vinte e sete anos informando e educando a classe trabalhadora!
ASSINE AGORA A CRÍTICA Ligue agora para (11) 9235 7060 ou (48) 96409331 ou escreva um e-mail para criticasemanal@uol.com.br e saiba as condições para a assinatura!

O Movimento Passe Livre da Baixada Santista, a exemplo de outras cidades e após análise das manifestações pelo Brasil, vem anunciar a decisão de MUDAR A ESTRATÉGIA dos atos de rua, continuando na luta em defesa do passe-livre. Na noite de 21/06/2013, em Assembleia reunida no Centro dos Estudantes de Santos, o movimento decidiu por 64 votos a 04 – uma abstenção –  pela ruptura com o caráter ufanista e nacionalista que as mobilizações por todo o país assumiram neste momento, segregando os trabalhadores, periferia e organizações sociais.

Há anos o MPL luta por transporte público de qualidade, que atenda às necessidades da população. Era esse o movimento que estava por trás das manifestações na Baixada Santista dos dias 13 a 20 de junho. Em muitas cidades, CONQUISTOU VITÓRIAS OBJETIVAS, congelando ou baixando as tarifas. Ainda que a lógica de lucros dos empresários continue inalterada e os problemas dos transportes públicos estejam longe de serem resolvidos.

Não optamos pelo recuo da luta, mas pela adoção de formas de ação que não possam ser manipuladas por interesses infiltrados e pelo apelo midiático. O movimento começa a agora um trabalho de mobilização pela região, com aulas públicas, oficinas culturais e apresentação de debates e documentários para construirmos propostas sólidas a serem encaminhadas ao poder público.

O MPL, a partir dos movimentos em São Paulo, colocou em debate a qualidade dos serviços públicos e o direito de lutar democraticamente. As manifestações cresceram muito, principalmente após os lamentáveis episódios de repressão violenta por parte da Polícia Militar do Estado de São Paulo, em especial no dia 13 de junho de 2013.

Desde então surgiu, com a ampliação das manifestações, práticas e ideias que não condizem com a democracia, a qual depende da pluralidade de ideias. Rejeitamos a hostilização e agressão, seja verbal ou física, de quem participa de uma luta comum. O MPL sempre foi apartidário, ou seja, suprapartidário – o que não significa anti-partidarismo e a exclusão de movimentos ativos há tempos no país.

Percebemos entre os manifestantes atitudes radicais complacentes com o fascismo e que atraem grupos que desvirtuam os verdadeiros anseios populares, que iniciaram a luta do MPL. Em um país em que a democracia ainda não é amadurecida e a população não recebe formação politica, é comum que os objetivos iniciais fossem manipulados pela grande mídia e transformados em meros discursos de oposição.

Nossa luta é por mais liberdade e, acima de tudo, a consolidação dos ideais democráticos, e não o retrocesso ao nacionalismo radical. Analisamos que entre as condições, a evidente falta de controle do Estado, a crise nas cúpulas e o apoio popular proporcionam um cenário favorável á desestabilização institucional e a um golpe contra o governo federal – que ainda que passível de críticas, é legítimo e foi eleito democraticamente (não nos esquecemos que teremos eleições presidenciais no ano que vem).

Comunicamos que foi criado o PLU (Passe Livre Unificado), o qual não possui nenhuma relação com o Movimento Passe Livre da Baixada. Reforçamos que o MPL prosseguirá com ações mobilizadoras que reforcem as práticas de democracia direta e participativa. Voltaremos ás ruas com projetos consolidados e discussão com a população, para assim propor bases sólidas para mudanças – acreditamos que só assim nossas vozes serão ouvidas, e não usurpadas por outros interesses. O verdadeiro poder popular vem através de assembleias e decisões da própria população. É necessário um trabalho mais profundo do que apenas a tomada das ruas. Precisamos de reformas estruturais, e não bodes expiatórios.

Acompanhe a página Movimento Passe Livre da Baixada Santista para continuar informado sobre nossas próximas mobilizações.

Compartilhamos e recomendamos este vídeo com breve análise do momento político que vivemos.

“Em la lucha de classes

todas las armas son buenas

piedras

noches

y poemas”

Leminski

As recentes manifestações contra o aumento da tarifa que ocorreram em todo o país, podem e devem ser vistas para além de sua pauta imediata. Somada a greve dos professores municipais e estaduais, as diversas marchas (das vadias, da maconha, etc), que tiveram adesão excepcional dos trabalhadores ainda que sem identidade de classe (pois é no próprio movimento de luta que esta se conforma), os atos pela redução do preço da passagem, têm sido expressão de uma revolta.

Nesse sentido, o MPL (Movimento Passe Livre), é uma organização nacional que canaliza e expressa as inquietações e angustias, que repousavam guardadas no seio da juventude e do conjunto dos trabalhadores que foram as ruas e se solidarizaram com este movimento.

Durante uma década de governo do PT, o Estado brasileiro lançou mão de um projeto social democrata, que longe de assemelhar-se a sua expressão europeia, e na verdade uma versão brasileira Herbert Richers, que é verdades com seus panfletários investimentos sociais, apassivou as contradições fazendo com que a maior parte da população faça três refeições ao dia, uma parcela consuma tênis e celular e outra ainda consuma carro mil, em duzentas parcelas. Porém, ao mesmo tempo, levou ao aumento da fortuna dos ricos brasileiros que fez com que o Brasil ficasse entre os dez maiores consumidores de artigos de luxo, destaca-se no consumo de Iates de luxo (como se houvesse Iate sem luxo), jatos particulares e helicópteros. São Paulo é a segunda cidade do mundo com maior número de helicópteros, perdendo apenas para Nova York.

protesto-brasil

Ao passo que a miséria absoluta (fome) foi reduzida. No mesmo período, as violências aumentaram, massacre dos pretos e pobres por policiais e milícias (policiais) nas grandes cidades, sobretudo São Paulo, massacre dos índios em todo o Pais, sobretudo no Mato Grosso do Sul, retirada de direitos dos trabalhadores em todo o país, desmonte da universidade publica com sucateamento das estruturas e desmantelamento das condições de trabalho, do SUS via parcerias-publico-privadas jogando de vez a saúde nas mãos da iniciativa privada.

As desigualdades apenas aumentaram, com os trabalhadores dispersos e seus antigos instrumentos de luta (CUT, PT e outros) a serviço da burguesia, a angustia com as injustiças foram acumulando-se em um cenário onde não conseguiam expressar-se.

Assim como a praça Taksim na Turquia, o movimento de luta contra  o aumento  da passagem, que não é novo nem em São Paulo nem nas demais cidades do país, é apenas o catalizador desta insatisfação, ou seja, a bandeira que encontrou o momento e as condições de revolta necessárias para a sua proliferação. Neste sentido a luta contra o aumento não se difere da luta contra o massacre indígena, da luta contra a retirada de direitos dos trabalhadores, da luta contra o sucateamento e/ou privatização da saúde e educação, ou ainda da luta contra a violência policial. Este cenário aponta, portanto, não mais que um profunda insatisfação para com a realidade do país, podendo ainda sinalizar o anunciado de um novo período de grandes lutas e enfrentamentos contra a ordem do capital e suas expressões diversas.

A luta pelo passe livre tem uma pauta econômica, isso é, uma pauta clara e viável. Entretanto, como dizia Rosa Luxemburgo “Toda luta inicia-se por luta econômica, e no seu decorrer, se transforma ou não em luta política”. E neste caso as manifestações somadas a reação do Estado, começam a dar sinal de possível superação de seu caráter inicial. Um sentimento de insatisfação e revolta que transcende a própria bandeira, ou seja, que não se resolve apenas com a redução da passagem.

Trabalhadores e estudantes se encontram nas ruas, e como a muito não faziam, reconhecem-se uns nos outros e tem identidade, como se lessem juntos um velho poema que diz…

“só quando transgrido alguma ordem o futuro se torna respirável”

 

texto de Fabio Francisco (Massari)